Brum tenta, em vão, dizer que o bloqueio de seus bens não tem nada a ver com a Operação Cartola. Seria um escândalo à parte?

O tema que se destacou na pauta política alvoradense na última semana foi a divulgação da indisponibilidade de bens do Prefeito Carlos Brum, decretada pelo Juiz José Pedro Eckert (processo nº 11000097912 - TJ/RS - Comarca de Alvorada).

Ridiculamente, o Prefeito não poupou esforços em dizer esse bloqueio de bens não tem nada a ver com a Operação Cartola, quando na realidade tem tudo a ver.

Basta ler a fundamentação do Juiz para verificar que se tratam dos mesmos fatos investigados na Operação Cartola.

Nesse sentido, vejam-se os trechos seguintes da decisão judicial:

“Imperioso dizer que a matéria não é nova para este magistrado, considerando que manifestei-me no processo nº 003/2.11.0002604-6, desvendando o modo operandi do desvio de dinheiro público da forma que segue”;


“(...) esquema de corrupção e desvio de dinheiro público no Executivo local, decorrente de contratos de publicidade e propaganda superfaturados com a empresa Planning (cujos sócios são ADYR BARBOSA NOGUEIRA e JORGE LUIZ THOMAZ DE SOUZA)”;


“(...) Os tentáculos da organização criminosa atingem servidores da municipalidade, dentre os identificados, DARLENE REGINA PAGANI que teria recebido de propina uma camionete HILUIX (...)”

Particularmente eu não vejo muito sentido nessa linha do Prefeito de sustentar que esse bloqueio de bens é um escândalo à parte, tentando desvinculá-lo do contexto da Operação Cartola. Talvez ele pense que é melhor ter um escândalo a mais (contabilizado individualmente) do que ver reforçado um outro escândalo já conhecido.

De toda forma, é nosso dever esclarecer a verdade: Esse bloqueio de bens do Prefeito Carlos Brum deu-se em Ação de Improbidade Administrativa, de iniciativa do Ministério Público, em razão dos apontamentos de ilegalidades pelo Tribunal de Contas e pelas indícios apurados nas investigações policiais da Operação Cartola.

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