Fala CIDADÃO

quinta-feira, 25 de agosto de 2011

Operação Cartola: Justiça recebe amanhã relatório parcial da polícia sobre fraude

Delegado afirma que escutas telefônicas dão indícios de envolvimento de prefeitos gaúchos



O delegado fazendário Joeberth Nunes encerra amanhã o relatório parcial da análise preliminar da documentação apreendida na Operação Cartola, que investiga um esquema de superfaturamento de R$ 30 milhões em contratos de publicidade em oito prefeituras gaúchas. A documentação, com pedidos de cautelares não divulgadas pelo delegado, será entregue nesta sexta-feira para a Justiça de Alvorada, onde iniciaram as investigações.

Essas medidas que serão solicitadas à Justiça devem-se ao fato de que foram encontrados indícios de participação de prefeitos de algumas das cidades investigadas, que são Alvorada, Canela, Tramandaí, Parobé, São Sebastião do Caí, Osório, Viamão e Cachoeirinha. A participação dos chefes de Executivos municipais na fraude é mencionada em parte das 13,5 mil ligações telefônicas interceptadas. Parte da degravação das escutas também será entregue à Justiça. O delegado fazendário mantém sigilo sobre quais são os envolvidos.

“A gente não está ainda assegurando o número de prefeitos porque seria prematuro afirmar algo nesse sentido, mas, segundo análise da polícia, a documentação leva a crer eventual participação de prefeitos, o que nós não estamos ainda afirmando categoricamente, porque isso a polícia só pode manifestar de forma oficial ao término do inquérito. Não estão descartadas representações por novas prisões, mas tudo isso vai partir de uma análise do delegado adjunto, que está realizando o inquérito, bem como de toda a equipe, para ver qual posição a equipe vai tomar”, reitera.

O presidente da Famurs, defendendo os prefeitos logo depois de cumpridos os 43 mandados de busca e apreensão nas cidades, travou um duelo com a Polícia Civil. Mariovane Weis chamou a Operação Cartola de espetaculosa na época, e diz que mantém a posição contrária à forma como os policiais entraram nas prefeituras. Weis, no entanto, nega que esteja defendendo prefeitos supostamente corruptos.

“Em hipótese alguma, não estou defendendo nem A nem B. Eu entendo que, antes de esclarecidos todos os lados, no decorrer do processo, nós não podemos alguém antes do julgamento. A nossa posição é na defesa do município, e vamos defender o município naquilo que estiver no nosso alcance, e os prefeitos enquanto autoridades municipais. Os prefeitos, enquanto pessoa física, devem buscar outra orientação, outro defensor”, enfatiza.

Além dos prefeitos, há servidores municipais envolvidos na fraude dos contratos com a PPG Comunicação.

Fonte: http://www.radioguaiba.com.br/Noticias/?Noticia=330764

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